De novo aparece hoje o tema da vocação. Esta insistência não se deve ao começo de uma campanha vocacional para obter novos candidatos para o ministério ordenado ou para a vida religiosa ou consagrada. Mais se deve ao que a liturgia da Palavra entende este tempo como "tempo vocacional para todos os batizados”. É o tempo em que cada pessoa descobre ou tenta descobrir sua própria vocação. Jesus sai ao encontro de todos. Não espera que venham a um lugar sagrado para chamá-los ou confiar-lhes uma missão, mais ele mesmo sai ao encontro. Apresenta-se onde cada um se encontra e o chama. Não nos chama, no entanto, para que mudemos radicalmente, mais para que encontremos a dimensão transcendente daquilo que somos, daquilo que estamos fazendo e vivendo. Jesus quer que cada um encontre no que já é se sonha ser a dimensão mais utópica. Vai ao encontro, lá se junta, a dois pares de pescadores, que são irmãos entre si, Simão e André, Santiago e João. Não lhes chama a abandonar sua profissão de "pescadores", mais a serem pescadores "de outra maneira": passar de “pescadores de peixes" a "pescadores de homens". Não lhes é nada fácil entender que tipo de vocação é essa. Mas é a forma que tem Jesus de seduzi-los. Jesus não os chama a abandonar sua profissão senão a superar os limites daquilo que já eram. Não os chama a perder nada, mais a ganhar tudo. “Sereis pescadores de homens" é a vocação que eles recebem de Jesus. Não os faz "servidores da Igreja"; nem os chama para que se convertam em "sacerdotes de um templo"; nem sequer em dirigentes de um grupo carismático. Não os chama a "entrar", mais a "sair". Não os chama a "sair da vida", senão a "entrar na Vida". O jovem rico temia se desenredar para poder viver, mas não foi capaz de fazê-lo. As riquezas que possuía o teriam enredado. Jesus os chama para viver; mas vivem saindo, caminhando, sem saber para onde. Para eles o futuro esta diante. É uma pessoa que os guia, Jesus. Não seguem uma instituição, senão uma pessoa. Isto é o próprio de toda vocação humana. Sentir-se chamado pelo mistério do Senhor, presente em tudo, e escutar seu chamado a transcender-se. Jonas não obedece à voz que lhe pede entrar na cidade com uma missão e sair de sua casa. Jonas empreende um anticaminho, uma fuga que o levará à autodestruição. Quem não escuta a Voz, quem não a segue, se autodestrói pouco a pouco. É importante reconhecer Jesus no meio das pessoas. É decisivo escutar sua voz. Ele fala quando quer, a qualquer idade, em qualquer tempo e lugar. Mesmo que não se dirija a quem esta a meu lado, neste momento pode dirigir-se a mim(ou a você?) É a palavra de Deus. Cuida de nosso futuro. Não percamos a oportunidade. É o momento de escapar das redes que nos paralisam. |
José Cristo Rey Garcia Paredes
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