21 de julho de 2010

O aprendizado das lições ocultas*


O título desta postagem é também o título de um texto interessante publicado na Revista Nova Escola em maio de 2008. O autor do texto, o Professor Luís Carlos de Menezes, destaca:

"Os catequizandos estão atentos a tudo. Por isso, os catequistas devem ter consciência de que ensinam muito além de suas palavras."
"Nossos Crianças aprendem lições ocultas que reforçam ou negam o que queremos ensinar. Uma criança que brincou na terra e é lavada com carinho aprende a associar higiene a afeto. Outra, maltratada pela mesma razão, pode passar a detestar banhos. Um menino que apanha por agredir outro menor tem sua violência validada e aprende a não bater no mais fraco na presença do mais forte. Uma pessoa humilhada por estar desatento pode aprender o desrespeito e passar a fingir atenção. "
"São incontáveis os exemplos, mas a idéia é que devemos ter consciência das mensagens implícitas em nossas atitudes e expressões e de que isso pode ser mais importante que outras sabedorias, pois os catequizandos também buscam sentidos, e não apenas informações. Conheço uma Luiza cuja vida converteu quando a catequista a deixou inventar o fim de uma história e uma Jussara que descobriu sua profissão ao ver a colega cega sendo ensinada. Mas sei de um Rafael que desistiu da escola, ainda analfabeto, envergonhado por olhares de desprezo do professor. "

Querido/a catequista:
Adaptamos o texto que estava direcionado a professores, para ampliar nossa visão enquanto educadores na fé.
Estamos tratando das mesmas pessoas. Embora muitos afirmem com entusiasmo "Catequese não é Escola" e de fato não é, "Quem dera todo encontro de catequese fosse rico como algumas salas de aula".
Estamos tratando das mesmas pessoas e devemos aliar os conhecimentos. Aquela criança, adolescente ou jovem, seu catequizando é também um estudante e sente como tal.
Ao conhecer esse texto eu pensei: Que lições ocultas enquanto catequista eu estou deixando? Nós educamos muito além das nossas palavras. Os nossos atos dizem muito.
Nossa missão não é fácil. Educar na fé é um desafio cotidiano e deveria oportunizar o reconhecimento de que vivemos a Palavra, embora não seja tão simples assim.
Eu pergunto a todos/as ao mesmo tempo pergunto a mim mesma:
Que lições ocultas eu tenho deixado?
Que tipo de catequista eu sou?
Catequista intolerante que sempre reclama dos atrasos?
Catequista despreparada que nunca sabe falar com certa profundidade sobre temas ligados à Bíblia?
Catequista só de sala, aquela que nunca é vista nas missas?
Catequista carrancuda, aquela que nunca sorri?
Catequista copista, aquela que tem como aliados imprescindíveis o quadro e o giz?
Ou catequista que caminha ao lado do Mestre, se inspira, se anima, contagia...
Que lições ocultas estou deixando em minha turma?

Texto adaptado para o blog jardineiros de gente
Fonte: Blog catequese caminhando - Clécia Ribeiro - Professora e Catequista

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